terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Beethoven - Sinfonia nº3

Chegamos à terceira sinfonia que é um marco de importância fundamental na história da música. Mesmo que não compartilhemos a opinião que esta obra marca o fim do período clássico e a entrada no romantismo, não deixa nunca de ser uma obra de profunda ruptura.

A Sinfonia nº 3 em Mi Bemol Maior, Op. 55, também chamada de Eroica foi composta no fim de 1803 início de 1804. Inicialmente foi dedicada a Napoleão Bonaparte que Beethoven admirava por representar os ideais da revolução francesa. Porém conta a anedota que quando Beethoven soube que Napoleão se tinha proclamado Imperador num acesso de fúria riscou o seu nome do manuscrito.

Foi assim que a sinfonia ganhou o seu nome actual "Sinfonia eroica, composta per festeggiare il sovvenire d'un grand'uomo".

A sinfonia foi executada pela primeira vez em privado para o seu grande amigo o príncipe Joseph Franz Maximilian Lobkowitz em 1804 tendo a primeira interpretação publica tido lugar no ano seguinte.

O Primeiro Andamento (Allegro con brio)começa com uns acordes que serão retomados de forma bem mais enfática na quinta sinfonia mas sobretudo temos de nos recordar do magnifico primeiro tema que começa por ser exposto primeiro em parte pelos violoncelos e que certamente teremos trauteado um dia sem saber. Diz Berlioz na sua análise das nove sinfonias que temos vindo a citar que "Quand, à ce rhythme heurté viennent se joindre encore certaines rudes dissonances, comme celle que nous trouvons vers le milieu de la seconde reprise, où les premiers violons frappent le fa naturel aigu contre le mi naturel, quinte de l’accord de la mineur, on ne peut réprimer un mouvement d’effroi à ce tableau de fureur indomptable." Não nos apercebemos hoje do profundo choque que este quadro músical representou.

Oiçam aqui a interpretação que já vos mostramos de Herbert von Karajan . Na verdade este link já não está activo por razões de reclamação de direitos da Filarmónica de Berlim (algo que acho um perfeito disparate tendo em consideração que se trata de um documento histórico e que na qualidade apresentada não substitui a aquisição antes a potencia mas enfim ... ) . Assim sendo e enquanto não for também retirada proponho-vos uma interpretação não inferior de Bernstein e a Filarmónica de Viena (neste caso a obra está completa ... ).

Amanhã analisaremos os restantes andamentos que sinceramente a madrugada já vai longa e o sono já não me deixa escrever com um mínimo de discernimento.

3 comentários:

  1. É pena não estarmos a falar da 8ª Sinfonia, porque, hoje dia 27, estreava-se a referida Sinfonia em Viena no ano de 1814. Seria uma bela coincidência.

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  2. Pois é pena. Sinceramente não tinho tempo para conseguir fazer essa sincronização temporal. Fica para a segunda volta do campeonato daqui a um ano :-)

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  3. Já tinha feito um post com aquele poema declamado pela Ana Carolina, em 2006. Continua actual!

    Ainda assim, e embora seja sinal que a corrupção continue a ser o caminho e a conduta de muitos, reitero: "minha fé é imortal".

    Fico feliz que o tenhas encontrado!
    É tão forte, tão intenso, tão decidido!

    Adoro!

    Sobre a música e a minha confessa ignorãncia. Apesar de concordar contigo, que o importante é ouvir, gostar, sentir... também é preciso conhecer para aprender a amar. Infelizmente, o nosso sistema educativo, embora tenha uma disciplina de "educação musical", não serve esse propósito (Siceramente, nem sei para que serve o dinheiro que gasto nessas disciplinas com os meus filhos... não vejo nada... NADA!).

    Depois, a nossa cultura musical é pobre, e em relação à música clássica é ainda pior, porque está conotada com as elites intelectuais, na esfera da alegada cultura superior - conceito com o qual não posso concordar... mas isso são outros quinhentos)


    beijinhos
    dia muito feliz

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