sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Tchaikovsky - Piano Concerto nº 1 (Op. 23) em Si Bemol Menor

Juntamente com o concerto para violino esta é uma das obras mais conhecidas e interpretadas de Tchaikovsky. Foi composto entre 1874–75 e tal como o concerto para Violino de que falámos aqui foi uma obra inicialmente bastante mal recebida pelos mentores de Tchaikovsky.

Na verdade quando Tchaikovsky interpretou o seu concerto em Janeiro de 1875 para recolher a opinião de Nikolai Rubinstein and Nikolai Hubert, Tchaikovsky tencionava dedicar o concerto a Rubinstein, um dos pianistas de maior reputação do seu tempo este teceu criticas durissimas ao concerto julgando-o não só intocável como também mal composto e banal. Face a estas criticas recomendou ainda uma série de modificações que felizmente Tchaikovsky recusou introduzir.

Obviamente o compositor ficou muito magoado com as observações alterando a sua intenção e dedicando o concerto a Hans von Bullow o maestro e pianista alemão de que já falamos por exemplo nesta nossa lista de melhores maestros.

O concerto foi estreado a 25 de Outubro de 1875 em Boston com Hans von Bullow ao piano e Benjamin Johnson Lang dirigindo a orquestra. Alguns anos mais tarde Nikolai Rubinstein viria a interpretar este concerto (1878 - Moscovo) o que obviamente deixaria Tchaikovsky muito feliz e de novo em paz com Rubinstein ao ponto de lhe vir a dedicar o seu segundo concerto para piano.

Este concerto em Si Bemol Menor é uma obra que do ponto de vista formal segue o padrão clássico de três andamentos (Rápido-Lento-Rápido). Sem dúvida que no seu conjunto é uma das obras que mais vezes oiço e uma das que prefiro. E nesta lista Tchaikovsky tem duas ... a outra sendo o Concerto para Violino.

O primeiro andamento começa num Allegro non troppo e molto maestoso para depois evoluir para um Allegro con spirito. A bela melodia e o primeiro tema com o qual começa o concerto é uma melodia ucraniana altamente estilizada e inesquecível. Estou seguro que ao lerem isto estão já a trautear, pelo menos mentalmente esse primeiro tema. Mas se o primeiro tema é inesquécível o segundo não deixa de ser igualmente marcante tornando estes vinte minutos de música (este primeiro andamento dura cerca de 20 minutos mais do que o conjunto dos dois outros andamentos) um dos momentos artisticos mais impressionantes que já ouvi. Oiça aqui Martha Argerich a interpretar este andamento.

O segundo andamento (Andantino simplice – Prestissimo) também se baseia numa composição de cariz popular brilhantemente estilizada por Tchaikovski. Depois da verdadeira batalha emocional que o primeiro andamento nos proporciona este andamento calmo, melancólico e bucólico é o contraponto ideal como num bom filme de suspense. Oiçam aqui a mesma interprete neste segundo andamento.

O terceiro andamento (Allegro con fuoco) que começa sobra a forma de um rondo. Depois da calma introduzida no segundo andamento estamos agora prontos para mais momentos de sensações fortes. Oiçam aqui este andamento também por Martha Argerich.

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